Relações entre ciência e sociedade a partir das obras de Boaventura de Sousa Santos e Jean-Marc Ela

Esta pesquisa apresenta um diálogo entre as obras "Para Além do Pensamento Abissal - Das linhas globais a uma ecologia dos saberes" de Boaventura de Sousa Santos e "Investigação científica e Crise da racionalidade", de Jean-Marc Ela. Temos como objetivo discutir a ciência como in...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Passos, Cármen Lúcia Brancaglion, Vasconcelos, Lívia de Oliveira
Publicado: 2018
Materias:
Acceso en línea:https://bdigital.uncu.edu.ar/fichas.php?idobjeto=12046
Descripción
Sumario:Esta pesquisa apresenta um diálogo entre as obras "Para Além do Pensamento Abissal - Das linhas globais a uma ecologia dos saberes" de Boaventura de Sousa Santos e "Investigação científica e Crise da racionalidade", de Jean-Marc Ela. Temos como objetivo discutir a ciência como instrumento de colonização tanto do ponto de vista do europeu (Boaventura) quanto do ponto de vista de um africano (Jean-Marc). Para isso, realizamos um estudo teórico das concepções de racionalidade e ciência de cada um dos autores. A partir da análise interpretativa das obras, constatamos que Santos (2007) apresenta uma crítica ao pensamento Ocidental, caracterizando-o como abissal. Compreendemos que há um abismo epistêmico em relação ao que está "deste lado da linha" (Norte) e ao que está "do outro lado da linha" (Sul). Santos (2007) distingue as sociedades metropolitanas dos territórios coloniais e percebe a injustiça cognitiva na desqualificação de verdades que não se possam avaliar segundo os cânones da ciência ocidental. Ela (2015) direciona sua obra aos cientistas africanos, sinalizando a necessidade de uma nova ciência e de uma nova postura investigativa, na qual o pesquisar africano precisa estar presente e valorizar seus modos de fazer ciência. Os dois autores destacam que um novo modelo de ciência perpassa um novo modelo de racionalidade. A partir desse estudo, compreendemos que o surgimento de um pensamento pós-abissal, como propõe Santos (2007), requer uma postura que veja o outro a partir do outro, de seu modelo de racionalidade e de suas formas próprias de conhecer e compreender o mundo e a vida.