Memórias e cinema pelo olhar da criança de periferia
Este artigo é um recorte da pesquisa “O Cinema como mediador de aprendizagem de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social”, sob a orientação da Profa. Dra. Marlene Gonçalves e integrante do mestrado em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil. O objetivo da pesquis...
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2018
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2018-11-14 |
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Cultura Sociología |
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Este artigo é um recorte da pesquisa “O Cinema como mediador de aprendizagem de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social”, sob a orientação da Profa. Dra. Marlene Gonçalves e integrante do mestrado em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil. O objetivo da pesquisa é investigar a memória familiar e escolar de 30 crianças de 09 a 13 anos, relacionada aos filmes exibidos em sessões refletidas, articulando experiência, lembranças, narrativas e tecnologia, observando os impactos da vulnerabilidade social na elaboração do conhecimento. Os sujeitos são estudantes da rede pública de ensino e residem na região periférica de Várzea Grande, que ocupa a 920ª posição da lista de 5.565 municípios brasileiros segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), enquanto a capital Cuiabá, localizada ao lado, ocupa a 92ª, segundo ranking no "Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013", fruto de estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Fundação João Pinheiro.
O cenário dos sujeitos de pesquisa está inserido no estado apontado como maior produtor de soja, de algodão em pluma e rebanho bovino, em que o agronegócio representa 50,5% do PIB, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar do potencial econômico que perpassa pela mídia brasileira quando Mato Grosso é notícia, o ambiente de pesquisa revela as contradições persistentes neste país, em que crianças de periferia vivem situações de ausências diversas, da doméstica às políticas públicas.
Neste artigo, focalizamos alguns personagens reais, residentes do bairro Eliane Gomes, incrustado neste Brasil central, cujo cerrado evidencia mais que o retorcido das árvores do quintal, mas sobretudo, o contorno árduo de histórias de vidas cujas memórias estão se construindo nas salas de aulas, para além dos muros da escola e na adversidade do abandono dos pais pelo vício e pela criminalidade.
Desprovidas de espaços públicos para fruição cultural, os sujeitos foram convidados a percorrer novo trajeto, em que a filmografia foi o fio condutor. Nesta caminhada, se destacaram relatos dos sujeitos acerca de sua realidade, da possiblidade de romper estigmas, ressignificando conhecimento, ampliando percepções acerca dos temas exibidos e das possibilidades propiciadas pela tecnologia do cinema. Para compreender o fenômeno, as análises ancoram-se nos estudos sobre memória, direitos humanos, infância e cinema, por meio da pesquisa participante e da fenomenologia. |
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Gonçalves, Marlene Vieira e Silva, Ana Cristina |
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Este artigo é um recorte da pesquisa “O Cinema como mediador de aprendizagem de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social”, sob a orientação da Profa. Dra. Marlene Gonçalves e integrante do mestrado em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil. O objetivo da pesquisa é investigar a memória familiar e escolar de 30 crianças de 09 a 13 anos, relacionada aos filmes exibidos em sessões refletidas, articulando experiência, lembranças, narrativas e tecnologia, observando os impactos da vulnerabilidade social na elaboração do conhecimento. Os sujeitos são estudantes da rede pública de ensino e residem na região periférica de Várzea Grande, que ocupa a 920ª posição da lista de 5.565 municípios brasileiros segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), enquanto a capital Cuiabá, localizada ao lado, ocupa a 92ª, segundo ranking no "Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013", fruto de estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Fundação João Pinheiro.
O cenário dos sujeitos de pesquisa está inserido no estado apontado como maior produtor de soja, de algodão em pluma e rebanho bovino, em que o agronegócio representa 50,5% do PIB, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar do potencial econômico que perpassa pela mídia brasileira quando Mato Grosso é notícia, o ambiente de pesquisa revela as contradições persistentes neste país, em que crianças de periferia vivem situações de ausências diversas, da doméstica às políticas públicas.
Neste artigo, focalizamos alguns personagens reais, residentes do bairro Eliane Gomes, incrustado neste Brasil central, cujo cerrado evidencia mais que o retorcido das árvores do quintal, mas sobretudo, o contorno árduo de histórias de vidas cujas memórias estão se construindo nas salas de aulas, para além dos muros da escola e na adversidade do abandono dos pais pelo vício e pela criminalidade.
Desprovidas de espaços públicos para fruição cultural, os sujeitos foram convidados a percorrer novo trajeto, em que a filmografia foi o fio condutor. Nesta caminhada, se destacaram relatos dos sujeitos acerca de sua realidade, da possiblidade de romper estigmas, ressignificando conhecimento, ampliando percepções acerca dos temas exibidos e das possibilidades propiciadas pela tecnologia do cinema. Para compreender o fenômeno, as análises ancoram-se nos estudos sobre memória, direitos humanos, infância e cinema, por meio da pesquisa participante e da fenomenologia. |
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