A formação do espaço das empresas sociais brasileiras

O termo empreendedorismo social se refere às organizações que combinam a desenvoltura do empreendedorismo tradicional com a missão de transformar a sociedade. Integrando valor econômico e impacto social, a empresa social busca soluções para problemas socioambientais por meio de ferramentas do mercad...

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Autores principales: Donadone, Julio, Lourenço, Bruna
Publicado: 2018
Materias:
Acceso en línea:https://bdigital.uncu.edu.ar/fichas.php?idobjeto=12052
Descripción
Sumario:O termo empreendedorismo social se refere às organizações que combinam a desenvoltura do empreendedorismo tradicional com a missão de transformar a sociedade. Integrando valor econômico e impacto social, a empresa social busca soluções para problemas socioambientais por meio de ferramentas do mercado. Esta nova relação entre empresário e sociedade supõe a formação de um novo espaço social e este trabalho busca contribuir para o entendimento do conceito de empresas sociais aplicado no Brasil investigando o que está em disputa nesse espaço, suas estruturas, princípios de construção e mecanismos de reprodução. Com inspiração no conceito de espaço social de Bourdieu, o portfolio da aceleradora Artemisia foi objeto de análise a partir de dados públicos das organizações, da Receita Federal e do LinkedIn. Indo de encontro ao programa da nova sociologia econômica que investiga as influências da estrutura social sobre o comportamento dos mercados, o capital econômico e cultural dos atores foi relacionado com seu posicionamento no espaço. A aceleradora estrutura as empresas sociais e concorre com as demais organizações do espaço para legitimar o seu modelo organizacional. A lógica empresarial é predominante e os atores possuem capitais similares, indicando certa exigência do espaço principalmente quanto ao capital econômico, característica que pode ser observada ao mesmo tempo como consequência e condição do modelo de negócio brasileiro. A mobilização do argumento pautado no bem comum apresenta soluções sociais enquanto não questiona a autonomia da lógica econômica, possibilitando observar a empresa social brasileira como um artefato da dinâmica de enfrentamento das dificuldades ideológicas do capitalismo.